sexta-feira, 28 de setembro de 2012

DECANO I



Sempre foste extra-terrestre!
Foste matemático, hoje mestre,
pois fugiste da estátua sedestre
defendendo a tese em semestres!

Ensinaste aluno acéfalo sem face,
que ficava com inépcia na classe,
deixando o professor no impasse,
num beco sem saída, sem repasse!

Foste meu mentor, GPS e norte!
Foste meu orientador e suporte!
Me fizeste pensador crítico e forte,
cuja orientação é meu passaporte!

Eu existo, rápido eu penso, logo
desisto de giz e lousa e me afogo
no mar de uvas de um enólogo,
na solidão de monólogo! Rogo!

Apago a lousa! Abandono o giz!
Ficou cicatriz! Estou até feliz!
Me aposento! Sax, instrumento!
Tomo assento! Jazz, meu momento!

Foz do Iguaçu, 28/09/2011
Publicado no Recanto das Letras em 04/06/2013

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