Operário,
horário pra cumprir,
até pra sanitário
e até pra tossir!
Dentro do armário,
existe um velho uniforme,
conforme a profissão,
é terno marrom ou macacão,
sempre sob a fiscalização
do olhar do patrão!
Hora de entrada e de saída!
Eta vida danada, mal definida!
Hoje cartão de ponto! Pronto!
No futuro, ponto digital! Dedal!
Eu represento o operariado
mal remunerado,
e às vezes contrariado,
fico com ar de crítica,
ao vagabundo que fica
de sapo na alfaiataria
ou na barbearia todo dia!
Sapo ou fofoqueiro
fala dos outros o dia inteiro.
Língua ferina e felina,
fala durante todo o ano,
do Zé, da Zica ou do Fulano!
Ilha Solteira, 11/11/1981
Publicado no Recanto das Letras em 31/08/2013
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