quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

REBENTAÇÃO


Já se fora a parte quente do dia.
Uma brisa agita os ramos da palmeira e...

Um rijo e velho lobo do mar pescador,
Horácio pescador, senhor das horas,
vestido apenas de um calão surrado,
empenha-se em consertar grande rede...

Procura defeito na  mesma, instrumento
que do mar retira seu sustento.

Alimento que obtém com trabalho árduo,
e com coragem! Pescar é sua viagem!

Horácio enfrenta a rebentação das ondas,
afim de tirar do mar, a contento,
seu alimento, seu sustento.

Amor no coração,
maltrapilho, o mar seu trilho,
vive a tirar frutos do mar
para o fruto do amor alimentar!

Seu mar, seu território!
Seu olhar, merencório!

Ondas, suas cristas, suas vagas!
Vida tão vaga! Ondas, sucessão!
Rebentação!

Botucatu, 30/06/1969.
Publicado no Recanto das Letras em 04/07/2013

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