sexta-feira, 24 de agosto de 2012

MÁ COMPANHIA



Saiu à procura, pela noite escura,
de uma pequena aventura!

Pelo seu caminho, encontrou um descaminho,
encontrou uma tranqueira, e fez sua parceira!

Pela areia, pela praia seguiram viagem,
só fizeram coisa errada e toda sorte de malandragem!

De passagem pela bobeira, soltaram o elo, a corrente;
soltaram o bom senso, tornaram-se sonsos e indolentes
pra viver pra morrer!

Todo castelo que na areia da praia de sua vida
construiu, seu amigo ruiu! Ela construía, seu amigo destruía!

Está agora ao Deus dará, presa no escuro e sem futuro!
Um filho pequerrucho, outro no bucho
e o novo amante tem outro no cartucho!

Aprendeu muito tarde, que amor sem amor, arde!
Que má companhia é a morte da alegria!
Bom no início e depois, é sempre o fim dos dois!

Torrinha, 10/04/ 1966
Publicado no Recanto das Letras em 03/12/2013

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