sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O VIVER NÃO ESPERA



Vento ventania (correria)!
Já é claro, já é dia!
Corro pela avenida,
que é desprovida
de sonho e de fantasia!

Avenida descolorida,
vida dolorida,
ainda sou mais eu,
tenho ainda vida,
pois a dor se rendeu!

Tal qual menino,
sigo meu destino,
corro, é minha vez!
A rua está nua
e com languidez!

Quando se perde a dor
(é da vida um direito)
ganha-se tanto vigor,
que não cabe direito
no peito, tanto é o ardor!

Ganhei a alegria,
rasguei a fantasia!
Troquei a quimera
da noite pro dia!
O viver não espera!

Botucatu, 05/05/1985
Publicado no Recanto das Letras em 22/06/2013

Um comentário:

Mirian disse...

Falar que esse poema é lindo, é quase ofendê-lo. É maravilhoso, terno, profundo, magnifício. Foi como se eu tivesse transitado por ele. Amei, tio. Parabéns!!!