quarta-feira, 1 de agosto de 2012

DESPREZO

 
Você, então, me virou as costas,
não me deu nenhuma resposta,
me tratou como um monte de bosta!

Você me maltratou, me machucou,
não me deu valor, me desvalorizou,
me tratou como um monte de cocô!

Você me via como um zero à esquerda!
Como um inseguro, que só tinha perda!
Você me via como um monte de merda!

Sucesso nunca! Derrota se presume!
Biografia fracassada não se resume!
Você me via como monte de estrume!

Deixe estar! Crescerei num momento
qualquer! Mostrarei um crescimento,
deixando aos seus pés meu excremento!

Você é droga, é abjeta e desprezível!
Não serve pra adubo e isso é crível!
Agora deixei de ser afável e aprazível!

Você continua igual, eu noutro mergulho!
Cresci, me graduei, doutor com orgulho!
Seu desprezo, devolvo como entulho!
Na verdade, é um presente sem embrulho!

Torrinha, 12/10/1967 (Início)
Botucatu, 22/12/1992 (Final-Revisão)
Publicado no Recanto das Letras em 25/06/2013

Um comentário:

Mirian Cury disse...

Para quem não soube dar o verdadeiro valor... que conviva com a distância e assista o renagado em situação de vitória e louvor!!! Amei o último verso. Perfeito!!! Bjs